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Cadavrescrito você é o sonho de um sonho escrever em liguamarga para sobreviver a linguamorta vagamundo carregando a tua malamágica zaubermappe para fazer a defesa e a ilustração de esta língua morta esta moura torta esta mão que corta um umbilifio que me prega à porta a difusa e a degustação de e em milumapáginas não haverá ninguém algum nenhum de nenhúras que numa noite núltima em noutubro ou em nãovembro ou talvez em deslembro por alguma nunca nihilíada de januárias naves novilunas finisterre em teu porto por isso não parta por isso não porte reparta reporte destrinça esta macarroníada em melalíngua antes que o portogalo algaviando-se esperante o brasilisco e este bebelírio tudo debórdele em sarrapapel muito fácil teu entrecio é simples e os subentrechos mais simples ainda alguém poderá talar em didascália uma palavra que termina em alea mas o certo é não diferençar entre motivo ou tema nem apelar para mítemas fabulentas ou novelemas ou se perder no encalço da melhor tradução para récit ou do distingo entre novel e novela nem é útil saber se fábula ou conto-de-fadas é o termo que equivale ao russo skaz bichos-da-seda se obsedam até a morte com seu fio e o corcunda só se corrige na cova não se trata aqui de uma equivalenda mas de uma delenda esquiva escava e só encontrarás a mão que escreve que escava a simplitude do simples simplíssimo em saneta simplicitas põe de lato a literordura deixa as belas letras para os bel’etristas e repara que neste fio de linguagem há um fio de linguagem que uma rosa é uma rosa como uma prosa é urna prosa há um fio de viagem há um vis de mensagem e nesta margem há pelo menos margem desliga então as cantilenas as cantimenas descrê das histórias das stórias das estórias e fica ao menos com este menos o resto veremos uma garrafa ao mar pode ser a solução botelheiro de más botelhas da vida diva dádiva boíelha que  o futuro futura pela escura via delle botteghe oscure e quando a maré for subindo você vira vindo e quando a manhã for saindo você virá sendo e enquanto a noite for sumindo você estará rindo pois é lindo e ledo e lido e lendo este teu cantomenos este teu conto a menos sem somenos nem comenos este canto mesmo que já agora teima e não se faz por menos mas nem vem que não tem se não te serve o meu trem se a canoa tem furo por aí é o futuro morre velho o seguro mas eu combato no escuro e pelo triz pelo traz pelo truz pelo trez tanto faz tanto fez minha sina eu que sei eu que pago pra ver se no dois não acerto jogo no três e ainda tenho uma vez esta história é muito simples é uma história de espantar não conto porque não conto porque não quero contar cantando cantava o sol contado contava o mar contava um conto cantado de terra sol mar e ar meu canto não canta um conto só canta como cantar (Campos, Galáxias,1976: 238)

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