Se alguma coisa eu
Uma coisa eu disser
De mim
se
Uma coisa eu disser de mim
Eu
Direi
Da Litania qu’eu ouvi
Do Ferraz martelo
sob o macio calor
Nada farpa à sensação do toque
Numa corda que raspa
Áspera
Mas
Se detém ao que sente
Aderir
Como essa textura na nossa mão
Rugosa
Sensual
Como aqui
O teclado ao suor da noite
Em uma certa ausência
Nada entre duas coisas que se anulam
Mas resta?
Se eu disser de mim eu vou dizer
Que eu
Transito esse tempo em duas cidades
Esse tempo todo sem entender ao certo cada atmosfera que me
envolve e eu respiro
Tecer conclusões eu não consigo e me pergunto pra quê mas a
voz a voz ...as vozes....
Quem dirão!....eu penso num momento e noutro desaparece a
bela frase só ouço as cordas só teço as notas...tentando sair do ideal de
música
qual minha cadeia de signos pra peça?
Tempo dentro
Outro tempo
Dentro
Outro
Tempo
Dentro Outro
Tempo
O tempo das areias
E o tempo das ervas
O tempo do mar
E o tempo do sal]
...
...
Indo ao rumor rindo ao rumo ir
Rir ao humor
E tanto sal a saber dos nortes e estes déstes- nordêstes
vôos mais ao norte eu que sulmeio ao
princípio, sulmejo, submêrso
Resgato meus panos de som e meus lençóis de dunas granuladas
eletrônicas
Pra ir passar o som em récitas em récips, em recifes que
abrem os ouvidos (lembrem os olvidos)
As pedras do banco de areia e as plantas do banco de mar e a
água dos bancos de som
Almejo, aomeio, no começo da ponta do Brasil em pau, tantas
horas de vôo pra cobrir esse anil, verde, amarelo, negro céu e azul marítimo,
longe vai o rumo rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
Me enleva! Lispectoriano <3
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