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sou poeta de primeira instância antes da visual dança das cores     antes do desenho dos sons      antes da cor-da voz
ando assim rondando a escrita
como quem não sabe aonde ir
 eessa mesma perdição me alimenta
quando a poesia vem
mas o que sai é som entre a linguagem e a garganta
algo em pergunta
e o que aprendi foi passar o arco na corda
e desdizer o poema
e sair do lugar
à perder de vista

mas enquanto se aquieta, ainda
a pista
brava silente
na montagem parada e concreta
da fita
enquanto se agita
a pausa
na remota pisca-dela
no farol do pisca-pisca
minha penca de dês-palavras
algo crepita

nova cidade
a-flora








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